Clipping César Obeid
CLIPPING - César ObeidMaterial de imprensa do escritor César Obeid
CLIPPING - César ObeidMaterial de imprensa do escritor César Obeid
Na conta do futuro
Ei, você, já se prepare
Que um cordel chegou agora.
Não vim só para rimar,
Vim aqui pra ser a aurora
Que ilumina o bate-papo
Que eu trago sem demora.
Se é cordel, tem que ter rimas
Com seus timbres encantados.
Se é cordel também não faltam
Versos bem metrificados
Pra que o embarque seja feito
Nos poemas ritmados.
Hoje o tema é educação
Que chegou no versejar.
Se há alguém bem cabisbaixo,
Logo vai se alegrar,
Pois cordel é assim mesmo,
Quando chega é pra encantar.
Claro que a educação
É pra dar conhecimento,
Mas quem vive pra ensinar
Sem forçar mostra talento.
Quem aprende é um beija-flor,
Que só quer dançar ao vento.
Quem ensina sempre aprende,
Quem aprende sempre ensina,
Quem opina se empodera,
Quem mais lê, mais se fascina,
A emoção faz palpitar,
E o saber sempre ilumina.
Ler não só para escrever,
Ler não só pra informação,
Ler não só para gramática,
Ler não só pra redação,
Ler pra desvendar o novo,
À luz da educação.
Fecho os olhos e o passado
Vem fazer-me uma visita.
Abro os olhos e eu sinto
O futuro que me agita.
E o presente é um presente
Que destrava a minha escrita.
Quando aprendo, eu sorrio,
Tudo posso realizar.
Se não fiz quando criança,
Hoje estou para estudar,
Que o tempo é só o tempo
Que chegou pra me ajudar.
Cada história nova lida,
Cada nova informação,
Eu acerto gentilmente
Nos alvos do coração.
E a mente vai se abrindo
Pra além da imaginação.
As fronteiras são abertas,
Os limites superados.
Quero que todos escutem
Quais que são os meus recados.
Muitos passos eu já dei,
Muitos outros serão dados.
E assim não há limites
E não há comparação.
Mil caminhos são possíveis
Ao estar na educação.
Pra abrir as portas do mundo,
Tenho as chaves na minha mão.
Aprendi boquiaberto
Onde fica a Grã-Bretanha,
O que é um microrganismo,
Qual moeda é da Espanha
E a certeza de estar longe
Da ideia mais tacanha.
Me encantei com as ciências,
Abracei a filosofia.
Hoje eu vejo a matemática,
Assim como a poesia,
Que os números aparecem
Como a rima que se cria.
Ninguém queira me enganar
Fabricando fake news.
Não mais caio na cilada
De dar força aos seus views.
Se mentir, caros senhores,
Serei crítico nos reviews.
“Saber” é a palavra-chave
Para a qual eu bato palma.
É a viagem para o novo,
Que agita e que acalma.
O esforço vale a pena,
Alimenta a minha alma.
Me empodero quando estudo,
Me empodero quando aprendo.
E se alguém disser que custa,
Tem razão, mas eu não vendo,
Pois não há preço que pague
Esta luz que em mim acendo.
Educar para o diverso
É querer saber bem mais,
Pra que a paz seja a cultura
Na cultura pela paz.
Sim, nós somos diferentes,
Mas direitos são iguais.
Meu cordel vai dividir
A palavra “educação”:
Quem “educa” não caduca
E não perde o refrão.
E a “ação” de quem aprende
É a total transformação.
A criança vai à escola,
O adulto também vai,
Uma avó também estuda,
Como um tio, madrinha ou pai.
Nesta conta do futuro,
Todos entram, ninguém sai.
Proibida a reprodução de trechos ou íntegra do poema sem expressa autorização do autor
A Xilogravura e a Literatura de Cordel
por César Obeid
www.cesaobeid.com.br
A xilogravura é uma técnica milenar, na qual consiste em entalhar a madeira, entintá-la e, como em um carimbo, imprimir o desenho em um pedaço de papel. Essa arte está intimamente ligada à literatura de cordel, desde as primeiras décadas do século XX.
Se observarmos a história da literatura de cordel no Brasil, veremos que a xilogravura, ou até mesmo suas versões modernas, como a “xilo” digital (onde os artistas usam programas de computador em vez de madeira, para criar imagens que parecem gravuras tradicionais), está presente em muitas obras de cordel. Isso inclui livros, folhetos, sites e muito mais.
Mas aqui está um detalhe importante: nem todos os cordéis usam essa técnica maravilhosa. Pode haver cordéis que não têm xilogravuras. Isso é totalmente aceitável pela tradição dos poetas populares do interior do Nordeste.
Agora, quando você decide criar um cordel, lembre-se de que estamos falando de poesia, de poemas. Existem algumas regras que os cordelistas seguem:
Métrica: As métricas mais utilizadas são de 5, 7 ou 10 sílabas poéticas, o que dá musicalidade aos poemas.
Rimas perfeitas: Todas as rimas precisam ter exatamente o mesmo som. No cordel, não usamos rimas que soam parecidas, como “cadeira” e “brincadeiras”, ou rimas que só se encaixam de acordo com o registro da fala, como “César” e “reza”.
Modalidades poéticas: Os tipos de poemas aceitos são os mesmos da cantoria de viola, uma tradição de poesia improvisada.
Depois de criar com cuidado sua poesia, você pode escolher se deseja ou não adicionar ilustrações com xilogravura. Lembre-se de que, na literatura de cordel, o que realmente importa é a estruturação poética, da rica tradição nordestina.
Lembramos que este texto foca na literatura de cordel do Nordeste do Brasil, não no cordel Ibérico, que tinha esse nome porque os folhetos eram pendurados em barbantes em feiras.
Do livro: Desafios de Cordel, de César Obeid. Editora FTD.
Poema: Um cordel sobre xilogravura. Modalidade: oitava
Chamam de xilogravura
Esta arte muito pura
Que há milênios já perdura
A gravura na madeira
Arte séria ou brincadeira
Porém nunca falta amor
Para o xilogravador
Ter a arte verdadeira.
O artista que faz xilo
Ele vive tão tranquilo.
Na madeira o seu estilo
Num desenho faz brotar.
Com a goiva vai talhar
O desenho invertido
Mas nem tudo resolvido
A matriz falta entalhar.
(o poema tem mais duas estrofes)
Proibida a reprodução de trechos ou íntegra do poema sem a expressa autorização do autor.
Parelhas natalinas
O que é mesmo o Natal,
Só uma data especial?
Muito mais que reunião,
É o amor no coração.
Muito mais do que uma festa,
É a paz que manifesta.
Mais que sinos e comida,
É a família reunida.
É a partilha e a união,
Tempo de reflexão.
É a esperança e a harmonia,
Compaixão e alegria.
É a data que conduz
Os ensinos de Jesus.
Proibida a reprodução de trechos ou íntegra do poema sem a expressa autorização do autor.
Poema: Quadras das profissões
Autor: César Obeid
O que faz a professora?
Ela ensina uma lição,
Mas também cuida de mim,
Com amor no coração.
E os médicos e enfermeiros,
O que fazem todos dias?
Eles cuidam dos doentes,
Com cuidado e simpatia.
O bombeiro apaga o fogo
Que está descontrolado,
O padeiro ajusta o fogo
Pra deixar o pão assado.
Há quem faça poesia,
Há quem faça até colchão,
E você já refletiu,
Qual será sua profissão?
Proibida a reprodução de trechos ou íntegra do poema sem a expressa autorização do autor.