Na conta do futuro 

Ei, você, já se prepare

Que um cordel chegou agora.

Não vim só para rimar,

Vim aqui pra ser a aurora

Que ilumina o bate-papo

Que eu trago sem demora.

 

Se é cordel, tem que ter rimas

Com seus timbres encantados.

Se é cordel também não faltam

Versos bem metrificados

Pra que o embarque seja feito

Nos poemas ritmados.

 

Hoje o tema é educação

Que chegou no versejar.

Se há alguém bem cabisbaixo,

Logo vai se alegrar,

Pois cordel é assim mesmo,

Quando chega é pra encantar.

 

Claro que a educação

É pra dar conhecimento,

Mas quem vive pra ensinar

Sem forçar mostra talento.

Quem aprende é um beija-flor,

Que só quer dançar ao vento.

 

Quem ensina sempre aprende,

Quem aprende sempre ensina,

Quem opina se empodera,

Quem mais lê, mais se fascina,

A emoção faz palpitar,

E o saber sempre ilumina.

 

Ler não só para escrever,

Ler não só pra informação,

Ler não só para gramática,

Ler não só pra redação,

Ler pra desvendar o novo,

À luz da educação.

 

Fecho os olhos e o passado

Vem fazer-me uma visita.

Abro os olhos e eu sinto

O futuro que me agita.

E o presente é um presente

Que destrava a minha escrita.

 

Quando aprendo, eu sorrio,

Tudo posso realizar.

Se não fiz quando criança,

Hoje estou para estudar,

Que o tempo é só o tempo

Que chegou pra me ajudar.

 

Cada história nova lida,

Cada nova informação,

Eu acerto gentilmente

Nos alvos do coração.

E a mente vai se abrindo 

Pra além da imaginação.

 

As fronteiras são abertas,

Os limites superados.

Quero que todos escutem

Quais que são os meus recados.

Muitos passos eu já dei,

Muitos outros serão dados.

 

E assim não há limites

E não há comparação.

Mil caminhos são possíveis

Ao estar na educação.

Pra abrir as portas do mundo,

Tenho as chaves na minha mão.

 

Aprendi boquiaberto

Onde fica a Grã-Bretanha,

O que é um microrganismo,

Qual moeda é da Espanha

E a certeza de estar longe

Da ideia mais tacanha.

 

Me encantei com as ciências,

Abracei a filosofia. 

Hoje eu vejo a matemática,

Assim como a poesia,

Que os números aparecem

Como a rima que se cria.

 

Ninguém queira me enganar

Fabricando fake news.

Não mais caio na cilada

De dar força aos seus views.

Se mentir, caros senhores,

Serei crítico nos reviews.

 

“Saber” é a palavra-chave

Para a qual eu bato palma.

É a viagem para o novo,

Que agita e que acalma.

O esforço vale a pena,

Alimenta a minha alma.

 

Me empodero quando estudo,

Me empodero quando aprendo.

E se alguém disser que custa,

Tem razão, mas eu não vendo,

Pois não há preço que pague

Esta luz que em mim acendo.

 

Educar para o diverso

É querer saber bem mais,

Pra que a paz seja a cultura

Na cultura pela paz.

Sim, nós somos diferentes,

Mas direitos são iguais.

 

Meu cordel vai dividir

A palavra “educação”:

Quem “educa” não caduca

E não perde o refrão.

E a “ação” de quem aprende

É a total transformação.

 

A criança vai à escola,

O adulto também vai,

Uma avó também estuda,

Como um tio, madrinha ou pai.

Nesta conta do futuro,

Todos entram, ninguém sai.

Proibida a reprodução de trechos ou íntegra do poema sem expressa autorização do autor

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