Cordel da bruxa,
Por César Obeid
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O cordel sempre rimado
Uma brincadeira puxa:
Vou fazer o meu feitiço,
Vou vestir minha capucha.
Neste arsenal de rimas
Eu desenho todos climas
Para lhes falar da bruxa.
Seja magra ou gorducha,
Seja baixa ou seja alta,
Parece uma mulher velha,
Corcovada que assalta
O leito da mãe que dorme,
Rouba o filho sem informe
E pela janela salta.
Quando a mamãe sente a falta,
Da criança bem gorducha,
A velha dá uma risada
Estridente que repuxa
Sua cara ameaçadora,
Sai voando na vassoura
Com o seu chapéu, a bruxa.
Seja grande ou pequerrucha,
Deixa o feliz infeliz,
Deixa a criança com medo
De tudo o que ela diz,
Mas para não terem medo,
Eu lhes conto um segredo:
Beijem a pinta do nariz.
Presente em todo país,
Do Norte à terra gaúcha,
Feitiços no caldeirão
São como sua garrucha;
Lagartos, cobras e sapos,
Morcegos e muitos trapos,
Quem tem medo da Bruxa?
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